Quem gosta de correr, quem é, digamos, um pouco viciado nesta prática tão simples e natural, o que deseja mesmo é correr, correr e, no entanto, a “máquina” que nos permite isso também necessita de “outras pequenas coisas” para poder dar melhor rendimento em pleno esforço.
Uma delas, passa pela execução regular de alguns esquemas de exercícios de flexibilidade, de maneira a permitir não só o melhor desempenho muscular como, igualmente, recuperações físicas mais fáceis.
Na página do lado apontam-se apenas 8 exercícios centrados na melhoria da flexibilidade básica de qualquer corredor. Nas zonas coloridas de verde mais escuro podemos visualizar os grupos musculares onde o trabalho de alongamento será acentuado e a sua incidência mais marcante.
Para execução de cada um dos exercícios basta o atleta colocar-se na posição indicada na figura e pressionar o corpo de maneira a poder ficar sob tensão no músculo e no tendão indicado. Nesta posição estática deve ficar durante cerca de 30 segundos, alternando depois para a outra perna.
O ideal será que a execução de todos os exercícios seja feita tranquilamente, sem esforçar em excesso, mas procurando manter a tensão no músculo que se trabalha.
Evidentemente que cada desportista, como é hábito dizer-se, constitui um caso e deverá ser o praticante a esquematizar o número de repetições de cada exercício. Indicaremos apenas que o mínimo aconselhado será de duas repetições para cada exercício.
Não podemos deixar de apontar um exemplo que julgamos ser bem compreensível para os leitores. Imagine-se um gato que, em apartamento, começa a espreguiçar-se pachorrentamente… Ele tomará várias posições para alongar os músculos e sempre de forma lenta, progressiva e tranquila. Pois bem, é precisamente assim que o corredor deve tentar executar os 8 esquemas que aqui propomos. O exemplo do gato é a imagem que o atleta deve seguir mentalmente sempre que pensa alongar os seus músculos e tendões.
Regra geral, os corredores apresentam uma estruturą muscular muito rígida, pois descura-se a execução mais ou menos estática que possa favorecer toda uma melhor flexibilidade dos membros inferiores.
A corrida apesar de ser um exercício bem simples mobiliza determinados grupos musculares em detrimento de outros e, sobretudo, como OS atletas correm em superfícies rígidas (asfalto para 70% dos casos) ainda mais se agrava esta situação. Alongar, manter um determinado grau de flexibilidade é algo imprescindível.
Outra questão muitas vezes levantada é se estes alongamentos devem ter lugar antes ou depois da sessão de treino. Há controvérsia entre os fisiologistas, já que alguns defendem que tudo deve acontecer antes e nunca depois do esforço de corrida propriamente dito. Em nossa opinião, o ideal é fazer alguns esquemas antes e outros depois porque, no total, o tempo necessário para este conjunto de simples exercícios não deverá exceder os 10 minutos.
Para os atletas mais sujeitos a sofrer de cãibras durante a corrida, nomeadamente em provas longas, a aplicação regular de movimentos de alongamento muscular deverá ser prática obrigatória em cada sessão de treino, da mesma forma que a ingestão de suplementos de magnésio poderá ser igualmente uma boa prevenção.
Por focarmos a prevenção, convém referir que qualquer praticante regular de corrida (ou “running”, como certos novos adeptos do nosso desporto preferem dizer…) deve vigiar de forma criteriosa a quantidade de líquidos ingeridos durante o dia, pois, muitas vezes, a rigidez muscular e o menor grau de flexibilidade músculo-tendinosa estão diretamente relacionados com situações em que o atleta segue uma dieta pouco rica em líquidos, caindo, assim, facilmente em situações de quase desidratação permanente.
Enfim, bom será que os nossos amigos leitores-corredores tenham presente os 8 esquemas aqui sugeridos, verdadeiro passaporte para que passem a ser realmente corredores mais dinâmicos!… ■