Dicas anti lesões

Ninguém deseja estar lesionado, quer seja ou não praticante de Corrida. 0 aparecimento dessa ma noticia impeça, quase sempre, a obrigatoriedade de suspensão da actividade desportiva por um período mais ou menos Longo. Saber prevenir, acaba mesmo por ser 0 melhor remédio.

Um dos maiores receios de qualquer corredor e 0 aparecimento de lesão que 0 impossibilite, mesmo por um curto espaço de tempo, de continuar a praticar a sua habitual sessão de treino. Se ele figura de nível atlético pouco acessível a generalidade dos corredores ou membro obrigatório de prolongado pelotão de retardatários, a verdade e que 0 flagelo de se estar lesionado e fantasma presente no dia-a-dia de quem gosta de correr.

Não admira, pois, que tudo o que possa ser considerado como tentativa para se evitar que uma Lesão possa “bater” a nossa porta, tem de ser bem acolhido, pelo que nada se perdera se recordarmos aqui algumas medidas tendentes haver concretizado 0 desejo de nos mantermos “intocáveis” perante as investidas de tal contrariedade. Para 0 efeito, reportar-nos-emos apenas ao que envolve as simples sessões de treino, que se desejam ver decorrer sem o aparecimento de problemas físicos, mas que frequentemente nos surpreendem pela negativa.

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DESIDRATAÇÃO

Poderá parecer exagero começar por lembrar p problema da desidratação e da sua influência no nosso organismo, sobretudo se, como e o caso dos corredores, os submetermos a esforços de nível especial. A simples sessão de treino exige que estejamos precavidos e ingerir água a e preocupação que deve estar sempre presente. Agua, muita água, mesmo que a sensação de sede não se faca sentir. O nosso conselho e que se beba sempre um copo de agua antes de se iniciar qualquer sessão de Corrida, por se tratar de medida que não apresenta uma só desvantagem e, pelo contra rio, constitui óptimo recurso preventivo contra possíveis estados de desidratação. No final do treino, deve ser tomada idêntica medida e não e por acaso que a maioria das equipas norte-americanas de Atletismo obrigam os seus atletas a ingerir, sempre que deixam 0 balneário para iniciar 0 treino ou regressem deste, uma garrafa contendo 0,25 ml de água, Os chamados corredores populares também deveriam seguir tal rotina.

EXERCÍCIOS DE FLEXIBILIDADE

Trata-se de um factor que esta merecendo no momento actual varias opiniões, umas favoráveis a vantagem que resulta da sua aplicação, outras invocando a inutilidade da mesma. De qualquer maneira, ate prova em contrário, só possível por estudos laboratoriais e de campo ainda muito incipientes, basear-nos-emos no hábito arreigado entre os desportistas de executar em alguns exercícios de flexibilidades antes do esforço propriamente dito. Pessoalmente, parece-nos preferível começar por “educar” os músculos antes de lhes pedir execução de esforços “especiais” do que po-les a trabalhar a frio… Convêm referir a necessidade de um ligeiro aquecimento antes de qualquer esforço, mas nunca com a aplicação de exercícios que exijam grandes extensões musculares por estar provado que isso nada beneficia a prática da Corrida. 0 ideal, e a execução, antes do treino, de alguns exercícios cujo grau de extensão não seja superior a 50%. No final da sessão, então sim, a forca das extensões podem atingir gradualmente os 100%

 

AQUECIMENTO A PREVER 0 TIPO DE TREINO

Se um atleta se propicie a realizar determinada sessão de treino em que a descontar acção vai figurar quase que em exclusivo, não tem necessidade de fazer um aquecimento em que a solicitação aos vastos grupos musculares constitua a sua preocupação. “Aquecer” consoante as necessidades previstas e norma a seguir, na certeza de que os exageros, infelizmente, são quase sempre porta aberta ao aparecimento de lesões. Actualmente, a maioria dos corredores utiliza a corrida lenta coma parte integrante da sua fase de aquecimento e só depois, volvidos cerca de 10/12 minutos de esforço, e que poder ao introduzir ligeiros exercícios de alongamento. Errada, sem dúvida, e a aplicação de esquemas complexos que podem por em causa a estrutura muscular do desportista se este não estiver absolutamente familiarizado com a execução a que se propicie.

FADIGA MUSCULAR EXAGERADA

Surgem-nos com frequência algumas situações em que, talvez pelo entusiasmo inerente ao prazer proporcionado pelo simples acto de correr, esquecemos, no próprio momento, 0 papel importante desempenhado pelos nossos músculos, sobretudo os dos membros inferiores, logo que eles nos “avisam” de que algo se passa em excesso. Ora, coma e sabido, na prática desportiva os exageros pagam-se caro e uma massa muscular fatigada exige, antes de mais, descanso e redução de cargas. Se 0 primeiro faz pressupor necessidade de revisão da programação estabelecida, de maneira a que os intervalos entre esforços sejam dilatados, 0 segundo constitui segundo aviso nesse mesmo sentido, mas abordando 0 nível e qualidade desses mesmos esforços, sem dúvida fortes de mais para a Forma física de momento do desportista.

Uma das situações “escondidas” que pode conduzir ao aparecimento de lesões graves, e a chamada fractura de fadiga, situação nada fácil para um diagnóstico clínico adequado, e que, muitas vezes, exige largas temporada de análise e recuperação. Para nos, as fracturas de fadiga acabam por ser, nos dias hoje, um mal presente quase em todos os chamados atletas de Alta Competição, atendendo a que 0 volume de treino em que se envolvem acaba por colocar as suas estruturas músculo-tendinosas próximas do limite-se rotura. Ao abordarmos 0 problema das fracturas de fadiga, não podemos deixar de alertar os corredores para 0 -facto de, 20 a 30% deles, possuírem uma perna mais curta do que a outra, diferença essa que chega atingir 7 centímetros, 0 que, coma facilmente se compreendera, origina um maior trabalho muscular da perna mais curta, a implicar, portanto, que as lesões possam surgir com mais facilidade. Dai a convencional, por parte de qualquer corredor, em saber se e vitima de tal anomalia nos seus membros inferiores.

LESÕES FREQUENTES

A fadiga muscular, as problemáticas do aquecimento, da flexibilidade e da desidratação, reportados nas linhas anteriores, acabam por ser as quatro grandes áreas que um atleta deve ter em atenção nas suas sessões de treino. Todas elas terminam inevitavelmente numa outra, cuja importância e fundamental: a recuperação: Existem múltiplos factores que favorecem a recuperação, mas o repouso e, sem dúvida, 0 principal a considerar. Depois, temos a água e a alimentação, pelo que todos os restantes aspectos, tais como a massagem, a sauna, os banhos turcos, etc., apenas contribuem como uma pequena percentagem para repor 0 atleta a 100%.

Quanto ao sono, torna-se imperiosa a existência de um período de descanso entre 40 e 60 minutos. Infelizmente, nem todos os desportistas que treinam quase diariamente podem respeitar a chamada sesta do período do almoço, 0 que dificulta bastante a capacidade de recuperação, nomeadamente os atletas que se dedicam a percorrer grandes quilometragem. A terminar, julgamos oportuno mencionar as lesões que surgem com mais frequência nos praticantes de Corrida e alguns factores terapêuticos que lhes são associados:

 

• TENDINITES – Inflamações dos tendões, tanto ao nível dos joelhos como de toda a estrutura muscular. 0 tratamento e diversificado e, por vezes, difícil;

• CIÁTICA – Esta quase sempre associada a compressão do nervo ciático, podendo indicar uma Lesão no disco intervertebral. 0 tratamento e de certo modo problemático: ..

• BURSITE – Entre 0 osso e 0 músculo pode surgir a inflamação da bursa. Nao e das lesões mais complexas e o seu tratamento, a base de aplicação de anti-Inflamatórios, e quase sempre favorável,

• CANELITE – Uma lesão muito vulgar entre todos aqueles que se iniciam na modalidade de corrida.  trata-se de um sintoma doloroso que surge nos músculos e tendões da face interior da perna. Tratamento que se prolonga ate 7 ou 10 dias, baseado no repouso, aplicação de gelo e anti-Inflamatórios

• Distensão DOS ISQUIOTIBIAIS – A lesão surge como fruto da distensão dos músculos posteriores da coxa e 0 seu tratamento passa pela fisioterapia e, igualmente, pela aplicação de anti-Inflamatórios

• PATELO-FEMURAL – Tudo surge ao nível da rotula e dos tendões associados, e estamos perante uma lesão bem frequente entre os corredores. 0 tratamento nao e fácil e exige 0 recurso a antiinflamatórios, reforço do quadrúpede e alongamento dos posteriores da coxa. Ha quem utilize joelheiras para efectuar os seus treinos de corrida, principalmente quando j a se sofreu esta lesao. ..

• FASCITE PLANTAR -É muito comum entre os corredores e consiste na inflamação da planta dos pés devido ao esforço, provocando fortes dores no calcanhar. Regra geral, 0 tratamento passa pelo uso de palmilhas correctores, aplicação de antiinflamatórios e exercícios de alongamento para os pés. ..

• TENDINITE DO TENDAO DE AQUILES – Outra lesão muito comum entre os corredores, por se tratar de um tendão muito solicitado pelo movimento do pe durante a pratica da modalidade. 0 que provoca 0 seu aparecimento pode ter varias causas e 0 tratamento nem sempre recupera 0 atleta completamente. Anti-inflamatórios, fisioterapia e, em certos casos mais graves, recurso a cirurgia.

A prevenção e a principal arma e passa sempre pelo uso de bons sapatos, a possibilitar uma protecção adequada para os pés. Recorde-se que, quanto mais leve for 0 sapato, menor será a protecção que proporciona ao pé

• TENDINITE DO TIBIAL POSTERIOR – A inflamação situa a-se nos tendões da face lateral interna do calcanhar e a sua cura implica a aplicação de gelo e recurso a antiinflamatórios. Mais uma vez 0 uso de sapatos inadequados e a principal causa para surgir esta lesão