
Fui desafiada pela Aminhacorrida para experimentar os novos Evadic MT Cushion 2 para trail.
À partida não seria uma sapatilha que eu fosse comprar, apesar de reconhecer e acompanhar a evolução da marca Decathlon em calçado de atletismo, nunca calcei nada da marca para corrida.
O desafio estava lançado, avaliar as novas sapatilhas e perceber se fariam parte da minha larga coleção de calçado de corrida.
Para o primeiro treino escolhi a Serra da Arrábida que permite alguns tipos diferentes de trilhos. Antes de experimentar as sapatilhas já percebi logo que os cordões não iam funcionar, e não funcionavam mesmo. No entanto, a bolsa criada para guardar os cordões funciona na perfeição e na sapatilha que usei a bolsa os cordões não saíram, na outra sapatilha ao fim de 3 km já tive de parar para atar os atacadores.
Não há o que inventar, a bolsa está lá para isso mesmo.
Calçadas as sapatilhas, sendo relativamente leves para um modelo de trail robusto, o pé encaixava bem, bom espaço entre os dedos, não senti desconforto apenas alguma rigidez na malha superior.
Ao longo do treino a sapatilha foi aderindo bem ao piso, a sola alta em espuma Kalensole dava conforto ao pisar o solo e uma boa impulsão, nas subidas a sapatilha é maleável o suficiente para não fazer demasiada força a dobrar o pé. A descer o mesmo conforto, a sola larga assenta bem no piso dando estabilidade, pelo menos em piso seco.
A malha superior em têxtil MATRYX®, com fios revestidos por poliuretano, dão uma ótima
proteção aos dedos. Acabei por ter algumas pedras a rolar sobre as sapatilhas e não senti
qualquer dor ou impacto das mesmas.
Mas é uma pena que não forneçam a respirabilidade anunciada, já que terminei o treino com os pés a ferver, não a suar, só mesmo a ferver e um dedo magoado.
Não senti desconforto nenhum a correr pelo que foi uma surpresa verificar como terminei.
Poderia ser um machucado anterior não visível antes de iniciar o treino, mas é necessário
mencionar.
As primeiras impressões contam, mas é necessário continuar a fazer quilómetros para
percebermos o real valor do calçado.
Os quilómetros seguintes foram feitos em diferentes terrenos, inclusive areoso e mais uma vez as sapatilhas voltaram a corresponder ao nível da impulsão no solo e conforto geral.
Os problemas do aquecimento dos pés mantêm-se, mesmo treinando em dias mais frios e em diferentes horários, terminei sempre com os pés sobreaquecidos, mas não voltei a ter nenhum pé magoado, o que parece indicar que o dedo negro no primeiro treino foi apenas uma coincidência.
Por não haver nesta altura do ano chuva não foi possível testar os pitões, que prometem uma boa aderência, e a impressão que tenho é que vão corresponder, seja pelo material da sola, seja pelos tamanho e espaçamento dos pitões.
Ao nível do design as sapatilhas não têm a cor mais interessante na malha, no modelo de mulher, mas a sola está muito apelativa. Certamente que a marca beneficiará de ter mais cores disponíveis.
Não posso dizer que fiquei totalmente rendida ao modelo mas é uma sapatilha com muita qualidade para o preço apresentado.
As principais características:
– Parte superior totalmente em têxtil MATRYX para uma robustez e uma durabilidade incomparáveis.
– Melhora a impulsão graças ao retorno de energia da espuma Kalensole.
– A borracha da sola assegura-te uma boa aderência a todos os terrenos.
– Bolsa para guardar os atacadores
Especificações:
– Drop 4mm
– Pitões de 5 mm
– Peso 255 g no tamanho 39
– atacadores reciclados
– rede de pala e palmilha feitos em poliéster reciclado