Lesões mais frequentes no atletismo: “Joelho do Corredor”

POR ERNESTO FERREIRA, FISIOTERAPEUTA

Conhecido como “joelho do corredor” ou “runners knee”, o “joelho do corredor” é também referido como síndrome da banda iliotibial e afeta especialmente os corredores de fundo.

Esta síndrome é caracterizada pela dor na região lateral externa do joelho, podendo ocorrer durante ou após a prática da corrida. É causada por uma tensão ou encurtamento da banda iliotibial (fáscia localizada na face externa da coxa), resultando em atrito entre esta e a região lateral do fêmur.

Esse atrito provoca um processo inflamatório na bolsa serosa (almofada com líquido sinovial) e, consequentemente, dor na região.

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Causas:

  • Tensão ou encurtamento da banda iliotibial;
  • Fraqueza nos músculos abdutores do quadril;
  • Encurtamento dos músculos posteriores da coxa;
  • Excesso de peso;
  • Metodologia de treino inadequada (carga excessiva);
  • Treino em pisos irregulares ou demasiado duros;
  • Escolha inadequada de calçado.

A dor geralmente começa a manifestar-se apenas durante o treino, mas se não for tratada, pode tornar-se constante ao longo do dia, afetando atividades como descer e subir escadas, podendo até mesmo levar os atletas a interromper a prática de corrida.

Fatores que podem levar à síndrome da banda iliotibial:

  • Pronação excessiva do pé;
  • Dismetria (diferença no comprimento dos membros).

Tratamento: O tratamento envolve a eliminação das causas da lesão, bem como a redução ou interrupção da atividade física. Após a identificação e eliminação das causas, existem vários tratamentos eficazes para a síndrome da banda iliotibial, incluindo:

  • Alongamento dos músculos isquiotibiais, do piramidal e da banda iliotibial;
  • Crioterapia (aplicação de gelo por 15 minutos, 3 vezes ao dia);
  • Ondas de choque (6 sessões, 1 vez por semana);
  • EPI (Electrólise Percutânea Intratissular) (4 sessões, 1 vez por semana);
  • Massagem da banda iliotibial e descolamento da fáscia.

Conclusão: Mais uma vez, a prevenção e a eliminação das causas são fundamentais no tratamento desta lesão. A correção do calçado de treino e o uso de palmilhas plantares podem ser decisivos.

Reduzir a carga e a intensidade dos treinos, assim como mudar para pisos mais regulares e de menor impacto, também são medidas importantes. O alongamento e a aplicação de gelo devem ser os primeiros passos no tratamento, e se os sintomas persistirem, é recomendável procurar um fisioterapeuta especializado em lesões desportivas.

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