Lesões musculares no desporto

Medicina Desportiva

A maior procura das diferentes modalidades e o alto nível de competitividade dos desportos, antigamente mais recreativos, têm produzido um número crescente de lesões musculares. Essas lesões podem ser diretas (mais comuns nos desportos de contacto) ou indiretas (comuns em desportos individuais, como a corrida, que exigem potência muscular), parciais (quando o músculo perde a força mas ainda se consegue contrair) ou totais (quando a mobilidade pode ser nula). As lesões musculares podem ainda ser traumáticas (estiramento, contusão e laceração) e não traumáticas (aíbra e a dor muscular de início tardio). Estes termos são muito ouvidos e repetidos entre os corredores ou mesmo entre outros atletas. As características de cada uma dessas lesões. Vamos então esclarecer esses conceitos.

Contusão muscular

Publicidade

O que é: lesão por trauma direto, resultado de forças externas. Comum em desportos de contacto.
Sintomas: dor, hematoma e limitação da força e mobilidade.
Tratamento: a aplicação de gelo evita hematomas e diminui a inflamação. O tratamento baseia-se em gelo e no retorno gradual ao movimento. Evite prolongados períodos de mobilização.

Estiramento muscular

O que é: é a mais comum entre os corredores. É uma lesão indireta em que o músculo é exigido além da força que as suas fibras podem gerar, rompendo essas mesmas fibras. Pode ocorrer no começo, no fim das corridas mais longas ou esforço excessivo, ou ainda em corridas mais longas, por fadiga muscular. Costuma ocorrer nos membros inferiores (músculos da coxa, posteriores da coxa e barriga da perna).
Sintomas: inflamação com sangramento local proporcional à quantidade de fibras lesionadas. Quando o acúmular de sangue é grande, ocorre o hematoma. O edema ou o hematoma podem ser visíveis.
Causas: fadiga muscular e lesões musculares prévias.
Como evitar: alongar e aquecer-se antes da atividade física.
Tratamento: gelo, compressão e diminuição da atividade física. O tratamento cirúrgico é uma exceção. O acompanhamento médico é importante, pois o tempo para o retorno às atividades físicas é crítico. A fisioterapia e o reforço muscular progressivo também aceleram o retorno do movimento.

Laceração muscular

O que é: pouco comuns em atletas, resultado de traumas diretos graves, na sua maioria penetrantes.
Sintomas: no local da lesão forma-se uma cicatriz fibrótica que diminui a capacidade funcional do músculo.
Tratamento: quando a laceração é pequena, é possível tratar-se sem cirurgia. Caso contrário, a intervenção cirúrgica, apesar de difícil, é necessária.

Dor muscular tardia

O que é: dor pós-exercício, decorrente de forças externas e não relacionada à atividade física. Nos corredores, ataca de forma direta os músculos em contracção reflexa.
Sintomas: a dor é pior durante a contracção muscular ativa ou alongamento passivo. Geralmente, inicia-se algumas horas após o fim do exercício e atinge o pico de intensidade após 24 a 48 horas. Não apresenta história de episódio traumático.
Tratamento: o alongamento da musculatura alivia a dor.

Para todas as lesões descritas, é fundamental o acompanhamento médico para definir quando e como o atleta deve retornar às atividades desportivas.

Leave a Reply