Lesões nos joelhos

É evidente que o rendimento no dia-a-dia, no desporto, será afetado, mas o mais importante ainda é que a articulação (especialmente cartilagem e meniscos) começará a sofrer com os estragos mecânicos de uma vida que carece de controlo muscular.

A idade, a vida sedentária, a falta de uso e a falta de treino acabam com a musculatura do joelho. Mas “eu já corro e ando de bicicleta”, poderás estar a pensar.

Perfeito, mas para potenciar o máximo rendimento muscular e para assegurar a integridade articular a investigação mostra-nos a necessidade de acrescentar um trabalho de força específico, especialmente para o quadricípite, mas também para o isquiotibial. E a pergunta é: “Reforçar esta musculatura é suficiente?”

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Experimenta o seguinte: põe-te de pé e tenta mover o joelho sem implicar nem a anca, nem o pé. Para a frente, para trás e para os lados… Missão impossível!

A articulação do joelho nunca age por iniciativa própria, olha para cima e para baixo, esperando o consentimento tanto da bacia como do pé. Lembra-te que o fémur e a tíbia estão ligados à bacia e ao pé. Então faz sentido pensar que o controlo destes dois ossos será essencial na função do joelho, certo?

Além do que vimos em relação ao quadricípite, o joelho deve trabalhar sempre o mais alinhado possível e é precisamente esta a função dos músculos que se localizam não diretamente no joelho, mas nestas articulações adjacentes encarregadas de controlar a orientação, tanto do fémur como da tíbia.

Uma tarefa que não é nada fácil porque, como já vimos, esta articulação maneja cargas consideráveis. Por exemplo, em cada impacto do pé na corrida o joelho pode suportar forças equivalentes a três vezes o peso corporal. Imaginas se toda esta carga for recebida com um alinhamento defeituoso?

Neste sentido, o problema que habitualmente se encontra no joelho radica na dificuldade de controlar a tendência do deslocamento para o interior ocasionada pelas forças reativas do impacto com o solo.

Uma vez mais, a articulação olha para cima para a bacia e olha para baixo para o pé numa busca desesperada de ajuda e controlo.

Um funcionamento incorreto destas articulações “vizinhas” aumenta claramente as probabilidades de desenvolver sobrecargas e lesões de joelho.

A evidência científica associa a debilidade na musculatura do glúteo (encarregado do controlo do fémur) bem como o controlo deficiente da postura dinâmica do pé (a famosa sobrepronação) à lesão conhecida como “joelho do corredor” ou condromalacia patelar, e inclusivamente à síndrome da faixa iliotibial.

Mais ainda: estudos recentes indicam que uma limitação na mobilidade do tornozelo predispõe fortemente para tendinopatias do quadricípite em jogadores de basquetebol e voleibol,

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