Review Huawei Watch Fit 4 Pro – Um relógio que me surpreendeu (e olha que eu sou difícil de impressionar)

Durante as últimas semanas levei o Huawei Watch Fit 4 Pro ao limite: estrada, trilhos, ginásio, treinos longos e dias de trabalho daqueles que não acabam. E posso dizer: é raro um smartwatch conseguir equilibrar tanta coisa tão bem. Conforto, funcionalidades, bateria, precisão… tudo encaixa.

Design e conforto: menos é mais (e ainda bem)

Sou daqueles que dispensa “bling” no pulso. Quero algo leve, resistente, que não me atrapalhe e que funcione bem tanto a correr como no dia-a-dia. E este Huawei acerta em cheio. O design é elegante mas discreto, não chama à atenção desnecessariamente e encaixa em qualquer ocasião — desde o treino ao jantar.

O corpo em alumínio com moldura de titânio dá uma sensação de solidez sem pesar. Literalmente — com 30 gramas, esqueço-me que estou a usá-lo. A bracelete é macia, adapta-se bem ao pulso e, mais importante, não morde os pelos (coisa que já me aconteceu com outros modelos… trauma real).

  

Ecrã: o sol pode brilhar à vontade

O AMOLED de 1,82’’ é um luxo. Nítido, super responsivo e com um brilho que chega aos 3.000 nits — dá para ver tudo mesmo no pico do meio-dia. As cores são vivas, a fluidez é excelente, e até os toques com luvas finas funcionam. Dá gosto olhar para ele (e mexer nele).

GPS e sensores: precisão milimétrica

O sistema de GPS Sunflower da Huawei está afinadíssimo. Corri em zonas urbanas com prédios altos, em trilhos apertados e até no meio do mato — a precisão manteve-se sempre impecável. Nada de desvios malucos ou linhas tortas no mapa. Para quem corre a sério ou faz trail, isso conta muito.

E os sensores? Sinceramente, nunca esperei tanto de um relógio deste preço. ECG, SpO₂ contínuo, monitorização da respiração, HRV, stress, temperatura corporal… Até deteta sinais de apneia do sono e mede a variação da frequência cardíaca durante a noite. Não é só para desporto — é para saúde a sério.

Modos de treino: de corredor a peixe

Treino corrida, mas testei vários modos: caminhada, trail running com mapas offline, natação, e até fiz umas brincadeiras com o modo de mergulho (até 40 metros, coisa rara nesta gama). Está tudo bem pensado. Tens zonas de ritmo cardíaco, alertas de esforço, pace por km, recuperação estimada… tudo com dados fiáveis.

E para os golfistas, o modo Golfe é mais do que um capricho: mapas de campos, análise de swing, distância ao green… um mini-treinador no pulso. O relógio não está a brincar.

Autonomia: o fim da dependência do carregador

Este é, para mim, o grande diferencial. A bateria aguenta realmente 7 dias com uso regular. Treino todos os dias, recebo notificações, deixo sensores ligados… e mesmo assim passo uma semana inteira sem precisar carregar. Quando carrego, em 60 minutos vai dos 0 aos 100%. Perfeito.

Nada de andar com carregador na mochila ou de acordar e ver o relógio morto. E se precisares de uma carga rápida antes de sair, 5 minutos dá-te tranquilamente mais umas boas horas de uso.

Software e integração: aqui ainda há espaço para crescer

A Huawei fez um bom trabalho com o HarmonyOS, mas ainda falta afinar algumas coisas. A loja de apps é praticamente inexistente. Não há Spotify, não há pagamentos por NFC, e responder a mensagens está limitado, especialmente em iPhone. Se és daqueles que quer fazer tudo pelo pulso, talvez sintas falta.

Mas… se usas o relógio principalmente para treinar, monitorizar saúde e receber notificações básicas, vais ficar mais do que satisfeito. E a integração com a app Huawei Health está muito bem conseguida. É intuitiva, rápida e tem gráficos e relatórios que ajudam mesmo a perceber o teu progresso.

Resumo final: vale os trocos? Vale. E muito.

Este Huawei Watch Fit 4 Pro não é só um bom relógio. É um relógio que te trata como um atleta. Que não te pesa, não te atrapalha, não te limita. Não tem algumas mariquices dos modelos topo de gama? Verdade. Mas também não tem os preços absurdos deles.

Se queres um smartwatch com tudo o que realmente interessa — precisão, autonomia, conforto, sensores de saúde, modos desportivos de topo — e sem precisar vender um rim, este é o relógio certo. E não estou a falar da boca para fora. Está colado ao meu pulso desde que o testei… e vai continuar.