
Certos atletas, ou melhor, os desportistas em geral, raramente escapam ao mito de como é difícil, a partir de certos níveis, perder peso.
Isto pode, em certos casos, tornar-se uma verdadeira obsessão, sobretudo quando o interessado possui conhecimentos teóricos que lhe permitem concluir que ao perder apenas 1 kg da sua massa corporal, equivalerá a um ganho, aproximado de cerca de 2 minutos numa prova de maratona e quase 60 segundos se alinhar nas tão populares provas de 21 km … Pois é verdade, numa meia maratona, cada “quilinho” a mais vai significar logo um aumento de cerca de um minuto no tempo final do esforço, penalização esta que deve ser considerada forte já que, segundo as estatísticas, apenas uma média de 30 a 35% dos participantes nas provas Abertas a Todos se apresenta em competição com pesos corporais dentro dos parâmetros ideais para um corredor de fundo.
Por outras palavras, os pelotões, a massa dos adeptos da corrida, revelam que cerca de 60% dos intervenientes possuem mesmo peso em excesso (N.R.: estes valores dizem respeito a desportistas dos Estados Unidos, país em que a média da população sofre desse problema, e isso devido ao facto da sua alimentação ter sido centrada nos últimos 20 anos em grupos alimentares do chamado “fast food”).
Claro que nos referimos ao chamado peso ideal do corredor de fundo, o que não significa a mesma coisa quando o visado é um cidadão sedentário. Se, para estes indivíduos, considerarmos os valores médios do peso ideal, então os praticantes da corrida apresentariam características muito aceitáveis no que diz respeito ao seu peso.
Resumindo, se observarmos um pelotão de corredores, ficamos imediatamente com a noção de estarmos perante um grupo de pessoas magras, mas se o compararmos com as características ideais do corredor de fundo, concluiremos que talvez 60% dos intervenientes possuem alguns quilos a mais. O problema, lembramos mais uma vez, é que, por cada quilo excessivo, vamos “pagar” logo cerca de 30 segundos por cada fracção de 10 km de esforço.
TENHO PESO A MAIS? Após a leitura desta introdução, muitos serão aqueles que, neste momento, apresentam a seguinte interrogação: “terei eu peso a mais?”. Se a pergunta for dirigida aos colegas de trabalho, a resposta é quase sempre negativa, pois o indivíduo que pratica corrida apresenta um peso corporal inferior ao da média da população em geral. A questão tem de ser colocada em termos das características de um corredor de fundo e é neste sentido que cada um dos nossos leitores poderá facilmente encontrar uma resposta para a sua dúvida. Evidentemente que as bases de controlo que aqui deixamos vão possibilitar dados indirectos de avaliação, mas não deixam de constituir mais uma ajuda aos meios que o desportista tem à disposição para controlo do seu peso. Vejamos, pois, passo a passo, as várias fases para se efectuar este rápido controlo, esclarecendo-se, desde já, que a base de trabalho vai ser exactamente a medida em centímetros da circunferência do pulso do interessado.
- Com uma fita métrica, apura-se a medida dos punhos, direito e esquerdo, recomendando-se que isso seja feito de forma rigorosa. Anota-se a média encontrada, em centímetros.
- O passo seguinte é o registo da altura do interessado, igualmente em centímetros.
- Comparam-se os valores encontrados com os que constam da tabela em anexo, tendo em atenção que o valor zero corresponderá a indivíduos de estatura larga, enquanto o quatro diz respeito aos de estatura muito magra.
- Evidentemente que a compleição física não é a mesma entre os homens e as mulheres e, portanto, para sermos mais rigorosos, haverá conveniência em adicionar o valor 115 ao índice apurado, quando se trate de um homem, e 125 no caso de mulher.
- Após a adição referida no ponto anterior, o resultado que vamos obter será …
- Agora, há que adicionar, ainda, o peso do interessado, em quilogramas, o que vai dar um valor total de …
- O passo seguinte será o de subtrair ao valor encontrado no ponto 6 o da altura do atleta. Importa não esquecer que este último valor refere-se a centímetros.
- Após todas estas contas, fica-se com uma estimativa muito aproximada da percentagem de gordura que o interessado possui. Há que referir que as percentagens mais baixas de gordura situam-se na casa dos 6% e se o leitor, após todas as contas, concluir que os valores encontrados são inferiores ao referido índice, aconselha-se nova contagem. Se, entretanto, se mantiver o resultado, então é que se trata mesmo de um indivíduo com reduzida percentagem de gordura.