Teste no terreno, Suunto 9 Baro

Desafiado pela Suunto e pel’Aminhacorrida a fazer um teste no terreno do relógio desportivo Suunto 9 Baro, estas foram as minhas conclusões.

Os preliminares

Confesso desde já que não sou fã da marca. Nada contra, atenção, mas a minha preferência pendeu sempre para outra marca, concorrente da Suunto. Talvez pelo tipo de praticante de atividade física que sou, não sei, optei por nunca (nas quatro gerações de relógios desportivos que já tive) escolher um Suunto.
No entanto, não sou pessoa de recusar um desafio, e fiz um teste no terreno, robusto, a este robusto aparelho.
Inicialmente, a ideia seria fazer um comparativo com o meu relógio atual mas, tendo em conta que são feitos de materiais diferentes (o meu é de plástico e o Suunto é de aço inoxidável) e têm funcionalidades base diferentes (o meu tem mapas e Wifi, ao contrário do Suunto 9 Baro), a comparação não seria justa. Então, optei por esquecer o comparativo e focar-me na análise ao Suunto 9 Baro.

Primeiro ponto, positivo, a duração da bateria

A marca apregoa entre 25 horas e 170 horas, dependendo do setting usado. Usei na “maior resolução” e as 25 horas disponíveis chegaram e sobraram para o que testei. Só o liguei ao computador para limpar os meus dados pessoais antes de devolver, e de resto foi relógio sempre ligado (algumas horas em stand-by é claro) e devolvi o aparelho ainda com bateria.

Segundo ponto, positivo, a robustez

Assim que se pega no aparelho sente-se logo, não tem nada que enganar. A robustez do material, seja o corpo do relógio, a bracelete ou o vidro safira, são notórias, e ficam anos-luz à frente de tudo o que já tinha experimentado. Acredito que se fosse acampar e me tivesse esquecido de levar um bate-estacas, o Suunto 9 Baro cumpriria essa função sem um mossa.

Terceiro ponto, positivo, a precisão

Em todo o tipo de teste que fiz (corrida urbana, corrida em trilhos e natação em piscina) a precisão foi boa, não havendo nada a assinalar em comparativo ao relógio de outra marca que usava noutro pulso. Na corrida, uma diferença de cerca de 50 metros em 10 quilómetros, não é de grande importância (pelo menos para mim), idem na altitude, pressão atmosférica e leitura de batida cardíaca no pulso.

Quarto ponto, positivo, a clareza do ecrã

Embora tendo uns dígitos “pequenos”, talvez devido à resolução do ecrã, a legibilidade é boa, não tive problemas de maior em interpretar os dados em tempo real, sendo que a iluminação noturna é bastante agradável.

Quinto ponto, mais ou menos, o touch screen

Já tive dois aparelhos com touch screen, um relógio e um GPS de aventura, e em ambos os casos não gostei da experiência. No Suunto 9 Baro, que tem ecrã táctil, a coisa correu mais ou menos, em parte devido à curva de aprendizagem necessária para manipular o interface mas isso, nada a fazer, é aprender. No entanto, a grande questão deste tipo de ecrã é sempre a utilização com luvas ou tempo molhado, e isso não tive oportunidade de testar.

Sexto ponto, negativo, falta de opções para treinos intervalados

Para o tipo de atividade física que faço, com bastantes treinos intervalados, séries, se quisermos chamar assim, o Suunto 9 Baro não serve. A programação desse tipo de treino é feita somente no relógio, só intervalos bastante simples, e não faz download de treinos do Training Peaks.

Sétimo ponto, positivo, a app e o emparelhamento

A aplicação Suunto para Smartphone é bastante intuitiva, sendo o interface agradável, interligando-se com o Strava, Training Peaks (em modo upload) e outras plataformas de análise de treinos. O emparelhamento Bluetooth funcionou bem à primeira com qualquer dos aparelhos testados (iPhone e Android).

Em resumo

No geral, este parece-me um bom relógio desportivo para quem vai praticar desporto ou atividade física num molde em que não precise de grande disciplina nem detalhe de treino.
Provavelmente, devido à robustez e autonomia, é uma escolha acertada para praticar trekking de longa distância em terreno agreste. Já para atividades de maior “delicadeza” não me parece assim tão adequado, pois não tem cartografia e a simplicidade dos treinos intervalados, como já disse acima, são uma grande falha, para mim claro está.
Quero por fim agradecer à Suunto e à Aminhacorrida pela oportunidade de testar este verdadeiro relógio de combate todo-o-terreno.
Bons trilhos!
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