O pé é uma verdadeira obra de engenharia. Formado por 26 ossos, mais de 30 articulações e mais de 100 músculos, tendões e ligamentos, ele suporta o impacto de cada passada e garante o equilíbrio do corpo. Para quem corre, cuidar dos pés não é apenas questão de conforto, mas de saúde e performance.
Anatomia essencial do pé
O pé pode ser dividido em três regiões principais:
Retropé: calcâneo e tálus, responsáveis por absorver impacto e transmitir forças.
Mediopé: cuboide, navicular e três cuneiformes, que funcionam como ponto de transição e estabilidade.
Antepé: cinco metatarsos e as falanges (dedos), fundamentais para a propulsão na corrida.
Entre os ossos mais importantes destacam-se:
Calcâneo: o maior osso do pé, onde se insere o tendão de Aquiles.
Tálus: conecta o pé à tíbia e fíbula, suportando o peso corporal.
Metatarsos: distribuem a carga e atuam na impulsão da corrida.
Função do pé na corrida
Durante a corrida, o pé atua como:
Amortecedor: absorve o impacto do contacto com o solo.
Estabilizador: mantém o equilíbrio e adapta-se a diferentes superfícies.
Propulsor: garante a impulsão na saída da passada.
Um detalhe curioso é que, em cada quilómetro, os pés suportam milhares de vezes o peso corporal, o que explica a importância de um bom calçado e de cuidados preventivos.
Patologias mais frequentes
Entre os corredores, algumas lesões e patologias nos pés são comuns:
Fascite plantar: inflamação da fáscia plantar, caracterizada por dor na sola do pé, especialmente ao acordar.
Metatarsalgia: dor na região dos metatarsos, causada por sobrecarga ou calçado inadequado.
Esporão do calcâneo: calcificação que surge no osso do calcanhar, muitas vezes associada à fascite.
Tendinite de Aquiles: inflamação do tendão de Aquiles, comum em quem aumenta volume ou intensidade de treinos rapidamente.
Pé plano: arco plantar reduzido, que pode levar a maior risco de lesões.
Entorses: normalmente no tornozelo, resultado de apoio incorreto ou instabilidade articular.
Como prevenir lesões
Usar ténis adequados ao tipo de pé e passada.
Incluir exercícios de fortalecimento para pés, tornozelos e gémeos.
Realizar alongamentos frequentes, sobretudo da cadeia posterior (gémeos e tendão de Aquiles).
Variar superfícies de treino, evitando sempre correr apenas no alcatrão.
Não aumentar volume e intensidade de forma brusca.
Manter um bom controlo de peso corporal para reduzir sobrecarga.
Conclusão
Os pés são a base de cada corredor, literalmente o ponto de contacto entre corpo e estrada. Conhecer a sua anatomia e cuidar deles com prevenção é fundamental para evitar dores e prolongar a vida desportiva. Afinal, correr começa com um simples passo — e esse passo depende da saúde dos teus pés





