Como começou o teu percurso no atletismo?
O meu percurso no atletismo começou quando tinha apenas 8 anos, durante um corta-mato escolar. Nessa altura, não me destaquei particularmente. No entanto, aos 12 ou 13 anos, o “bichinho” do atletismo voltou a aparecer, e participei novamente num corta-mato escolar. Desta vez, destaquei-me ao conquistar o 1.º lugar, o que me valeu a convocatória para o Campeonato Nacional de Corta-Mato Escolar, no Jamor. Apesar do entusiasmo, ainda não estava totalmente convencida de que queria assumir algo tão grande, e acabei por não participar.
Quando começaste a levar o atletismo mais a sério?
O atletismo foi, durante muito tempo, algo indefinido na minha vida. Não sabia ao certo se queria mesmo ser atleta. Mas, com o tempo, percebi que correr era muito mais do que um simples desporto para mim: era liberdade. A corrida permitia-me libertar os pensamentos do dia a dia, sendo um momento só meu.

Foi aos 20 anos que encontrei uma verdadeira família no mundo do atletismo. Para mim, era como uma segunda casa. Essa família era a Associação Corrida Noturna Parque das Nações, um grupo unido onde cada um tinha o seu ritmo, mas onde o convívio nunca faltava. Apesar de fazer cerca de uma hora de viagem para os treinos às terças e quintas, essa distância desaparecia porque, como se diz, “quem corre por gosto, não cansa”. Lembro-me que, quando não chegava a tempo, o grupo dividia a minha mochila, e cada um levava um pouco até eu chegar. Foi com eles que participei na minha primeira prova oficial, a Corrida Vodafone de 10 km na Ponte 25 de Abril. Terminei em 1h03 e senti-me imensamente feliz e orgulhosa por completar a distância.
E como evoluiu o teu percurso no atletismo?
Com o tempo, comecei a querer correr mais e mais. O atletismo passou a fazer parte do meu dia a dia. Após dois anos de ligação à Corrida Noturna Parque das Nações, conheci a minha treinadora, Sandra Teixeira, mais conhecida como “Sassy”. Durante a minha segunda participação na Corrida da Ponte 25 de Abril, partilhei com ela o quanto gostava de competir, e ela convidou-me a experimentar os seus treinos.
Aceitei o desafio e, em junho desse ano, participei na minha primeira prova representando uma equipa oficial, o 1.º Dezembro de Queijas. Foi um período de grandes aprendizagens. A minha treinadora acreditava no meu potencial e, em setembro, desafiou-me a experimentar provas de pista para testar a minha resistência e velocidade.
Lembro-me bem da minha estreia: os 800 metros na pista do Jamor, onde terminei com o tempo de 3:02:00. Apesar de não ficar completamente satisfeita, sabia que era apenas o início e que não podia exigir demasiado de mim mesma.
Os treinos intensivos e o planeamento começaram a dar frutos, e os resultados começaram a aparecer. O meu primeiro corte da meta em 1.º lugar foi na Corrida dos Simpatizantes, uma experiência cheia de emoção. Mais tarde, alcancei um honroso 4.º lugar na geral na prova de Torres Vedras, onde aprendi a lidar com o calor e as intermináveis subidas.
Quais foram os momentos mais marcantes até agora?
Ao longo do tempo, fui ganhando experiência e destacando-me em várias provas. Conquistei posições no pódio – 1.º, 2.º e 3.º lugares – em diversas competições. Cada conquista tem um significado especial e representa uma etapa importante do meu crescimento como atleta.
Quais são os teus objetivos futuros no atletismo?
O meu grande sonho é continuar a evoluir. Num futuro próximo, enquanto sénior ou veterana, espero poder representar o meu país e viver novas experiências no atletismo. Este desporto tornou-se parte integrante da minha vida, e não me consigo imaginar sem ele.


